quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Papai Noel às avessas


Papai Noel entrou pela porta dos fundos
(no Brasil as chaminés não são praticáveis),
entrou cauteloso que nem marido depois da farra.
Tateando na escuridão torceu o comutador
e a eletricidade bateu nas coisas resignadas,
coisas que continuavam coisas no mistério do Natal.
Papai Noel explorou a cozinha com olhos espertos,
achou um queijo e comeu.

Depois tirou do bolso um cigarro que não quis acender.
Teve medo talvez de pegar fogo nas barbas postiças
(no Brasil os Papais-Noéis são todos de cara raspada)
e avançou pelo corredor branco de luar.
Aquele quarto é o das crianças.
Papai entrou compenetrado.

Os meninos dormiam sonhando outros natais muito mais
[lindos
mas os sapatos deles estavam cheios de brinquedos
soldados mulheres elefantes navios
e um presidente de república de celulóide.

Papai Noel agachou-se e recolheu aquilo tudo
no interminável lenço vermelho de alcobaça.
Fez a trouxa e deu o nó, mas apertou tanto
que lá dentro mulheres elefantes soldados presidentes
brigavam por causa do aperto.
Os pequenos continuavam dormindo.
Longe um galo comunicou o nascimento de Cristo.
Papai Noel voltou de manso para a cozinha,
apagou a luz, saiu pela porta dos fundos.

Na horta, o luar de Natal abençoava os legumes.
(Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Cultura da Convergência


Vocês conhecem o grupo Hight School Glee? É uma série de televisão realizada pela FOX. Os personagens principais não são o líder da torcida ou o famoso do basquete, essa série aposta nos losers. O interessante é que a partir desse grupo, como em outros, surgiram covers no Youtube que se tornaram famosos pela criatividade e talento. Os dois vídeos em maior destaque são 1 e 2 . Nesses vídeos, percebe-se a interação dos telespectadores com a trama, mas não é somente uma cópia fiel, mas há uma expansão do universo da série e assim os fãs deixam de ter um papel apenas de apreciadores, mas também de colaboradores. Esse fato pode ser denominado como cultura da convergência, na qual Jenkins (2008), autor do livro Cultura da convergência, afirma ao fazer a análise do filme Matrix , o qual nos levou a um universo em que a realidade e a ilusão se fundem. O mesmo acontece nos exemplos acima de Glee, no qual os espectadores envolvem-se de maneira real em seu enredo.

Além disso, os telespectadores que idealizaram e produziram os vídeos citados acima evidenciaram várias questões como: a utilização dos recursos tecnológicos, não é necessário mais de uma pessoa para montar uma banda virtualmente. Porém, ele não está sozinho, está inserido numa rede, em que compartilha, nesse caso, por meio da Internet suas impressões e leituras do seriado. E a partir das quais outros telespectadores/produtores irão realizar outros vídeos interagindo com todos ao mesmo tempo. Dessa forma, relaciono essa prática com Lévy, o qual o próprio Jenkins cita em sua obra, em que consiste sobre a inteligência coletiva e dentro desse contexto, autores, leitores, produtores e espectadores irão se dissolver e se transformarem em uma rede na qual cada um trabalha para “sustentar a atividade” do outro.


Uma série na qual está inserida essas mesmas noções é a Death Note , o “Caderno da Morte”, a história acontece em torno de um adolescente que encontra um caderno que causa a morte da pessoa cujo nome for escrito nele. Primeiramente, surgiu como uma série de mangá, publicada em uma revista semanalmente, depois tornou-se um longa metragem e, agora, está disponível em anime com 37 episódios. O interessante é que existem várias regras para se usar o caderno e somente ao longo dos episódios elas são reveladas, dessa forma, foram criadas comunidades no Orkut para a discussão e troca das regras descobertas por todos e assim construindo uma lista única. Surgiram também games cujo tema é investigação e o jogador se torna o personagem principal e tem o poder de decidir o destino dos outros.

Gostaria de finalizar com a citação que Jenkins fez em seu livro de uma amigo roteirista experiente: “ Quando comecei, era preciso elaborar uma história , porque, sem uma boa história, não havia um filme de verdade. Depois, quando as sequencias começaram a decolar, era preciso elaborar um personagem, porque um bom personagem poderia sustentar múltiplas histórias. Hoje, é preciso elaborar um universo, porque um universo pode sustentar múltiplos personagens e múltiplas histórias, em múltiplas mídias”.

domingo, 29 de novembro de 2009

Estava pensando no passado e no futuro e em toda a evolução tecnológica que aconteceu nesses últimos tempos e sobre a reação das pessoas para se adaptarem as novidades. Quantas nós não presenciamos em nosso cotidiano? Com esse pensamento, ano passado, fui ministrar uma aula com um notebook para minha turma de alfabetização de idosos. Previamente, os alunos me haviam informado que não tinham contato com computador. Então, levei o computador achando q eles teriam muitas dificuldades em operar a máquina, a primeira coisa que fiz foi mostrar o teclado com as letras e mostrei também a tecla backspace. E assim, deixei a disposição para digitarem o nome e as palavras que conheciam. Eles ficaram maravilhados ao escrever no teclado e falaram que é muito mais fácil já que a mão doía ao escrever com o lápis e a borracha pode rasgar o papel, muito mais fácil o toque sutil das teclas para escrever e apagar. Eu fiquei com cara de boba e de professora me tornei expectadora das descobertas de meus alunos. Será que no futuro não será mais necessário desenvolver a coordenação motora dos alunos para manusear um lápis, será que irão aprender a digitar?

A partir daí, comecei a pensar nas inovações que acompanhei e não tenho tantos anos de vida assim. A primeira inovação que me vem à mente, na minha adolescência, foi o telefone público vocês lembram que eles funcionavam somente quando colocávamos fichas dentro deles? Pois é, depois veio o cartão, eu achei que isso não ia dar certo.

Nessa onda dos cartões, apareceram os de créditos, fiquei impressionada que não ia precisar mais dos carnês e de dinheiro vivo pra comprar algo.

E o cartão do ônibus, surgiu na época um boato que não ia mais ter o cobrador, eu imaginava o tanto deles que iriam ficar desempregados (é um medo que surge até hoje por parte deles) e ao mesmo tempo dava um medo de não conseguir usar corretamente o cartão, que iria me ajudar?

E o cartão para colocar crédito no celular? Um dia na rua vi uma mulher tentando achar um buraquinho em seu celular para enfiar aquele cartão (bom raciocínio, já que ela havia se acostumado com o cartão do telefone público). Mas, com muita tranqüilidade, expliquei a moça que o procedimento é outro. E atualmente, a coisa está ficando mais moderna, não precisamos mais do cartão, é só ir um estabelecimento que tenha o aparelho, por exemplo, e a coisa é feita por transmissão de dados. E falando nisso, o aparelhos estão cada vez mais modernos.



E o cartão do banco juntamente com o caixa eletrônico? É a partir daí que começamos a aprender sobre o auto-atendimento, a pessoa que utiliza tem que estar alfabetizada digitalmente, porque tudo tem tempo de “clique” na tela para que a operação seja rápida. Ainda bem que até hoje temos aquelas moças para ajudar.

Vou finalizar com um fato que me aconteceu que fiquei realmente assustada. Algumas semanas atrás uma menina de cinco anos virou pra mim e disse com uma expressão de total surpresa: “É verdade, que antigamente existia máquina de tirar retrato que não dava pra ver a foto na hora e que tinha que mandar revelar num rolinho?” Gente, eu ainda tenho uma máquina dessas em perfeito estado, não dá pra se sentir velha com uma pergunta dessas?

domingo, 22 de novembro de 2009

Ead na minha vida!

Como todos devem saber, sou formada pela UFMG que, como todos também devem saber se localiza na Pampulha . Agora, alguém sabe onde fica o Barreiro (é onde moro.)? Isso, poucas pessoas devem saber, até mesmo os que moram em BH. Pois bem, o Barreiro é bem longe da Pampulha. Dessa maneira, durante os quatro anos e meio estudados na UFMG eu fui de ônibus (é no plural mesmo, porque são três, não há ônibus que ligue essas duas regiões), e a duração do percurso é de 2 horas, ou seja, quatro horas do meu dia no ônibus. Confesso que deu para ler muitas coisas nesse trajeto e ouvir várias músicas e uma que fez parte da minha trilha sonora foi No Balanço do Balaio se bem q no meu caso, se morasse nos bairros citados, eu ainda teria que pegar ônibus.
Além do trajeto, tem a questão financeira, pagar passagem para quatro ônibus (há integração entre dois) não fica muito barato, além de ter gastos com roupas e alimentação. Portanto, já deu para perceber o que temos que enfrentar numa aula de sistema presencial (coloco no plural, porque têm muitas pessoas na mesma situação).

Até que nesse ano surge a oportunidade de cursar a pós Ensino de Línguas Mediado por Computador on line . O que mudou na minha vida? Praticamente tudo. Primeiramente, não preciso mais ir no balanço do balaio, basta eu ir no meu computador em minha casa e acessar a net, dá pra imaginar o quanto de dinheiro, de tempo e de desgaste físico e emocional não estou economizando? E as roupas, vocês já imaginaram como é o traje de cada um estuda em frente seu computador ? Eu ainda não cheguei a esse ponto, mas podemos ficar mais confortáveis, claro que com a web cam ligada tudo muda.

Até agora falei de soluções práticas, mas o mais significativo pra mim foi o que aconteceu depois que me conectei a plataforma do Teleduc (de pijama ou não). Com o decorrer dos dias, me conectei a pessoas do Brasil inteiro, fiz trabalhos em grupo virtualmente com colegas virtuais, e algumas delas sinto-me tão próxima como se estivessem perto de mim fisicamente. Outro fato importante, foi aprender a administrar meu tempo, meus horários e nessa questão foi importante minha dedicação e disciplina. Já que as datas de entrega dos trabalhos são firmadas, mas a forma de elaborá-los cabe somente a mim. Tenho a impressão que esse será o primeiro de muitos cursos on line que irei estudar.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Janelas


Pessoal, esse texto faz parte de uma atividade da disciplina Tecnologias, Cultura e Socialização ministrada pelo professor Ricardo Augusto de Souza. Na qual irei analisar um site a partir das considerações de Johnson (2001) em seu capítulo intitulado Janelas no qual é discutida a interface das janelas no computador. O autor faz uma interessante abordagem mostrando, primeiramente, a mudança da interação do usuário diante do computador. Já que no surgimento do mesmo o usuário teria que enviar comandos em uma tela preta para realizar tarefas, e no modelo atual de interação a interface é mais “amigável” feita por meio de janelas e com utilização dos frames agregando imagens, cores e movimento.

Juntamente com o desenvolvimento dessa janela virtual, considerada mais dinâmica e interativa, surgiram algumas questões em relação ao seu uso. Uma delas é controle dos direitos autorais, e não há um limite ainda para saber o que pode ser considerado apenas divulgação ou roubo dos direitos. Outra questão é a impossibilidade de manter um quadro fixo na janela, essa necessidade surgiu com as propagandas publicitárias, na qual os donos do produto queriam sua logomarca o tempo todo visível na tela.

Diante desse problema, como Johnson explica, os quadros foram transportados para o idioma HTML e assim além dos frames fixos, pode-se criar quadros separados cada um apontando para documentos diferentes. A partir daí, abriu-se um leque de possibilidades tornando a página mais complexa. Dessa forma, profissionais como Designers da Web começaram a pensar novas maneiras de mapear essa complexidade, pensam em como inserir barras de botões, mapas de sites, barra de menu da interface gráfica entre outros.

Essa preocupação da qualidade de navegabilidade nas janelas surgiu um novo campo de estudo na ciência da computação que é a Usabilidade. Estudiosos da área listaram critérios que auxiliam em uma boa navegação. No final desse texto, encontra-se um vídeo explicando e exemplificando de maneira sucinta a Usabilidade.

O site que escolhi para analisar é o Olhar Digital, que está hospedado no provedor UOL. No topo do home tem um banner com publicidade, porém, ele não é fixo, ou seja, some quando a barras laterais são roladas, o que difere da estratégia explicitada por Johnson em seu texto. Porém, além da parte superior, na lateral e no final do site há outros banners de propaganda, dessa forma, a exploração nesse sentido é muito grande. Nota-se também que há uma dinamicidade muito grande, porque como o tema principoal são inovações tecnológicas, sua notícias estão constantemente sendo alteradas, seguindo a rapidez das transformações nesse meio.

A página inicial têm muitas informações e são distribuídas por meio de vários quadros, links e abas que direcionam a outras páginas. Essas outras páginas representam empresas que estão oferecendo um novo produto ou notícias elaboradas para o próprio site. Uma parte que chamou minha atenção foi à existência de várias abas, que funcionam como um menu, elas sempre estão a mostra, não importa o link que seja clicado dentro do site. Eles também têm muitos vídeos, já que tem um programa em um canal de televisão, com mesmo nome, dessa forma, pelo site divulga-se o programa e vice-e-versa. É possível encontrar todos os programas nele.

A partir disso tudo, percebe-se que esse é um site denso, muito complexo e com muitas informações, o qual tem propensão em deixar o usuário um pouco confuso. Dessa forma, é de extrema importância essa discussão levantada pelo Johnson sobre a complexidade das janelas e que organização das mesmas se assemelhem com o pensamento humano, ou seja, espacial.

Vídeo sobre usabilidade (Olhar digital)

terça-feira, 10 de novembro de 2009

domingo, 25 de outubro de 2009

Revista "EaD no Brasil"

É com muito prazer que apresento a revista EaD no Brasil, foi muito interessante esse trabalho ainda mais feito juntamente com minhas amigas de curso Andréa e Viviane.



andreajulianaviviane - Ead no Brasil

Create Your OpenZine

sábado, 24 de outubro de 2009

Myebook - Escola

Pessoal, esse é o meu myebook. É uma ferramenta interessante, mas difícil a princípio. Acredito que para aplicar na sala de aula, o professor tem que estar dominando muito bem.

O poema que apresento é Escola, de José Paulo Paes. Foi retirado do livro Palavra de Poeta do projeto Literatura na minha casa promovido pelo Ministério da Educação. A editora é Ática, volume 1, ano 2001.


Aguardo comentários.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ângela Lago

Vocês conhecem Ângela Lago? Ela é ilustradora e escritora. O seu trabalho é mais direcionado para o público infantil. Gostaria de destacar um trabalho que considero muito interessante e criativo: seu site.

As atividades que são desenvolvidas em seu site são para crianças que estão sendo alfabetizadas. Dessa forma, tem o alfabeto, os números e possibilidades para criar pequenas frases. O mais interessante, é que todas as atividades são interativas, a criança comanda o caminho que irá percorrer dentro do site.

Convido a todos e todas para conhecerem esse lindo trabalho, basta acessar esse link:

http://www.angela-lago.com.br/

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Hipertexto


O texto acima foi retirado da dissertação de Ana Elisa Ribeiro, cujo título é Ler na tela: novos suportes para velhas tecnologias, foi publicada no ano de 2003 em Belo Horizonte. A pesquisa foi realizada no Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos - Linha G, pela Faculdade de Letras/UFMG.


Esse é um estudo muito interessante, porque investiga sobre a noção de hipertexto, o qual, de acordo com a pesquisa, não está presente somente no ambiente eletrônico, mas é uma prática antiga. Em seguida, disponibilizo o resumo desse trabalho para se ter uma idéia geral do que foi feito e indico a leitura a todos.

" Resumo: A história das tecnologias de impressão e das práticas de leitura pode mostrar como se dá a relação entre leitores e suportes e até que ponto a mudança nestes afeta a qualidade da leitura dos textos. A partir da hipótese de que sob condições minimamente ideais de Usabilidade e conforto, interfaces inteligentes e eficazes (amigáveis), a qualidade da leitura não sofre piora, este trabalho descreve um experimento com leitores proeficientes em leitura de jornais impressos e eletrônicos, letrados (autodidadicamente) em ambas as interfaces, e discute os resultados da qualidade da navegação e da leitura de tais leitores, empregando, com ferramentas de análise, a Usabilidade e a Teoria da Relevância, de Sperber & Wilson (1986/95). De acorod com as evidências, o letramento em jornais impressos auxilia na navegação e na expectata de compreensão dos jornais eletrônicos e, sendo as interfaces devidamente construídas para darem conforto ao leitor, não há piora qualitativa na compreensão dos textos."

terça-feira, 13 de outubro de 2009

HQs: um suporte a mais na formação de leitores

O título acima é de um artigo cujas as autoras são Lavínia Resende Passos e Maria das Graças Fernandes Nogueira. Eles escreveram esse trabalho a partir de experiêcnia que ambas têm em oficinas de HQs. É muito interessante e tem tudo a ver com nossa discussão sobre o ensino com histórias em quadrinhos. Dessa forma, decidi criar um Wordle para esse artigo. Para ler o artigo na íntegra é só clicar aqui , ele está publicado na Revista Eletrônica txt da Associação Cultural Tela e Texto.

É só clicar em cima para vê-lo maior.


Wordle: Histórias em Quadrinhos





sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Pela Internet

Em 2007, eu participei do Programa de Ensino, Pesquisa e Extensão A tela e o texto da faculdade de Letras da UFMG. Eu era integrante do setor de Alfabetização, letramento e inclusão digital. Juntamente com outras colegas, nós ministramos oficinas em laboratórios de informática criando blogs, e-mails etc. Em uma atividade, decidimos trabalhar com essa música de Gilberto Gil para discutirmos sobre o uso da Internet em nossas vidas. E o resultado foi excelente e percebemos que trabalhar com o computador não é somente manuseá-lo na prática, mas é importante também pararmos para discutir sobre essa prática.

O som não está muito bom, depois vou tentar melhorá-lo.



Letra da música


Pela Internet
Gilberto Gil


Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleja ...(2x)

Que veleje nesse informar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé

Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer

Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut

De Connecticut de acessar
O chefe da Mac Milícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus para atacar os programas no Japão

Eu quero entrar na rede para contatar
Os lares do Nepal,os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular

Que lá na praça Onze tem um videopôquer para se jogar...

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

HQs

Até o mês passado, eu trabalhei como oficineira em algumas escolas municipais de Belo Horizonte e eu ministrei oficinas de HQ para turmas de 6ª e 8ª séries em duas escolas. O tema escolhido foi o concurso " Eu sou a natureza" promovido pela Associação Cultural Tela e Texto em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (http://www.letras.ufmg.br/atelaeotexto/concurso_literario.html). Os ganhadores terão seus textos no Projeto Leitura para todos, ou seja, seus textos estarão nos ônibus de BH.

Dessa forma, eu tentei reproduzir, já que estão no papel, duas tirinhas elaboradas por alunos.

É só clicar em cima para visualizar maior.



quinta-feira, 1 de outubro de 2009

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

"Podcast" na aula de Português

O professor Jorge Luiz Marques Moraes, do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro, decidiu trabalhar a oralidade com os alunos do 9º período e escolheu a ferramenta Podcast para esse trabalho. Antes de apresentar a atividade desse professor, gostaria de explicar do que se trata essa ferramenta. Segundo a revista Nova Escola, o podcast é uma abreviação da palavra podcasting, uma brincadeira originária da mistura de iPod (marca de um tocador) com broadcasting (transmissão de rádio ou TV) e assim, como os programas radiofônicos, tem a função de apresentar e transmitir conhecimento.
O professor escolheu Ariano Suassuna para trabalhar leitura e interpretação, com foco nas marcas da oralidade e assim produzir um programa radiofônico. A escolha desse autor não foi por acaso, já que seus textos têm uma forte marca da oralidade com personagens de fala nordestina. Portanto, nesse trabalho os alunos transitaram da fala para a escrita e vice-versa a todo o momento, o que é fundamental para a habilidade lingüística.
Dessa forma, o professor destaca que o ensino da oralidade não é algo simples como é tratado pela maioria dos educadores. Por exemplo, a partir dessa atividade, os alunos perceberam que, ao ler uma peça teatral de Suassuna, os diálogos são mais curtos para fácil entendimento do público diferentemente de um romance. Além disso, na elaboração de uma simulação de entrevista com autor, os alunos perceberam a importância da entonação, ritmo, altura da voz, a melhor seqüência de perguntas, quais as palavras são mais adequadas. Além disso, os alunos aprenderam a trabalhar com os recursos da internet e com os ferramentas para a gravação dos programas radiofônicos, como os de capitação de voz e de edição.

Referência
BIBIANO, Bianca. Casamento Proveitoso. In: Nova Escola, São Paulo, ano XXIV, n. 223, p. 64-67, jun./jul.2009.

Site

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A ortografia e o endereço eletrônico

Vou inaugurar meu blog com uma pesquisa que foi publicada em forma de artigo no livro Letramentos na WEB: Gêneros, Interação e Ensino organizado por Júlio Cesar de Araújo e Messias Dieb.
As pesquisadoras são Márcia Maria Ribeiro, especialista em Ensino de Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Ceará (UFCE), pedagoga pela UNIFOR; e Dorotéa Emília Ribeiro Sayed, graduada em Letras pela UFCE, membro do grupo de pesquisa Hiperged vinculado ao PPGL da UFC. Ambas são professoras da rede particular de ensino do Ceará.
O objetivo principal da pesquisa é observar e analisar as contribuições da utilização do endereço eletrônico para o aprendizado da ortografia por alunos das séries iniciais da educação básica. Essa pesquisa está em andamento desde 2004, as autoras apresentaram resultados de sete crianças que elas acompanharam num período de três anos.
No principio, as pesquisadoras elaboraram diversas atividades de leitura e produção de textos reais e significativos: elaborar entrevistas a profissionais que iriam visitar os alunos na sala de aula, visitar zoológico e escrever relatórios sobre a visita, escrever cartas para receptores reais. E durante a produção dos textos, as professoras-pesquisadoras falavam para os alunos sobre a importância de releitura e reescrita dos textos elaborados, mas os alunos não recebiam essas propostas de forma amigável. Eles afirmavam que já tinham escrito o texto e estava tudo certo e que não iriam desmanchar e reescrever, as professoras atribuíram essa atitude por perceberem que a relação dos alunos com o lápis e a borracha era recente e que a manipulação intensa era cansativa.
A partir daí, surgiu a idéia de utilizar os sites infantis e praticar a escrita na WEB, dessa forma, as autoras conseguiram fazer um ensino reflexivo com a ortografia e criar nos alunos o hábito de revisão da escrita.
Os alunos tinham que digitar os endereços eletrônicos, os quais tem característica de exatidão da escrita, dessa forma, os alunos tinham que escrever observando atentamente cada letra e ponto para que o site fosse acessado, quando ocorria um erro, o aluno tinha que reler o que escreveu e corrigir seu erro.
A partir dessa prática, as pesquisadoras chegaram a algumas conclusões. À medida que as crianças foram internalizando a prática de revisão da escrita no ambiente digital, elas perceberam que isso não acontecia somente no digital, mas em suas escritas em cadernos e provas. E assim, houve a desmistificação de que a prática da escrita no computador leva ao abandono do caderno de anotações. E por fim, as crianças se tornaram mais confiantes diante do erro e passaram a encará-lo como possível e caminho para o aprendizado, ao contrario do que acontecia anteriormente, em que o aluno não escrevia com medo do erro e de ser ridicularizado.
Essa foi só uma apresentação breve da pesquisa para aguçar a curiosidade de todos.

Referência do artigo:
RIBEUIRO, Márcia Maria; RIBEIRO-SAYED, Dorotéa Emilia. “O endereço eletrônico e as praticas da escrita na WEB: ampliando a aprendizagem da ortografia”. IN: ARAÙJO, Júlio César; MEASSIAS, Dieb (Orgs). Letramentos na WEB: gêneros, interação e ensino. Fortaleza: Edições UFC, 2009.